segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Relato de Uma Mente Doentia

Este texto foi enviado por um leitor anônimo que pediu que eu não alterasse nada inclusive o título, então ai está. Gostaria que ele se identificasse um dia, estou precisando de um colaborador...

"Sabado, o dia que eu costumava encontra-la no centro da cidade. Hoje eu estou caminhando sozinho em meio a multidão. Desde que ela me deixou esse é o meu unico divertimento.

Lá esta aquele predio, o mais alto de todos, da pra ver a cidade toda dali de cima, lembra?
Melhor começar agora, já esta na hora...
Tinha me esquecido de como a vista daqui era bonita, realmente eu posso ver tudo.
Tantas pessoas lá embaixo, nem sabem o que esta acontecendo, não ligam pra nada alem delas mesmas, assim como você.
Acho que eu trouxe 50 balas, deve ser o suficiente.
Montar essa arma parece ser cada vez mais trabalhoso, mas agora só falta regular a luneta.
Pronto, as miras estão alinhadas, o pente esta carregado, o vento esta na direção e velocidade perfeitas.
Agora é só observar, parece que quando vejo os pessoas atravez dessa lente o tempo passa mais devagar...
Olha só, é aquela mulher que sempre passava em frente ao escritorio, e logo adiante está o rapaz das entregas, eu sempre imaginei que eles tivessem algum caso.
O primeiro disparo foi dado, o som lembrou-me um trovão, e antes que alguem pudesse ouvir o primeiro corpo caiu sem vida.
Eles demoraram alguns segundos para notar, o que foi mais que suficiente para puxar o ferrolho e colocar outra bala na cabeça da senhora que vendia flores.
Começaram a correr, estavam em panico. Eu sempre achei mais divertido quando eles corriam assim, como baratas, apenas esperando que alguem as esmague.
Mas não adianta correr e muito menos se esconder, quando estou atrás dessa arma eu sou Deus, eu escolho quem vive e quem morre.
E melhor colocar os fones, fica mais emocionante ainda quando tem uma musica de fundo, acho que hoje vou ouvir as sinfonias de Richard Wagner Strauss, A Cavalgada das Valquirias combina bem com o momento.
Outro disparo, outro corpo no chão, esse homem eu não conhecia, mas parece que ele estava com a filha.
Agora tinham poucas pessoas na rua, a maioria já estava escondida dentro das lojas.
Acho que por causa da empolgação e da musica alta eu não percebi que a policia tinha chegado.
Pobres tolos, não fazem ideia de onde estou, ficam apenas olhando de um lado para o outro...
Basta uma puxada no gatilho para que outro chefe de familia caia. O bom de matar policias é que eu gosto de ver aquele funeral, com bandeiras e salva de 21 tiros, é tão bonito.
Queria que ainda estivessemos juntos, ai você poderia ver e se orgulhar da minha maior habilidade, mas você não quis. Cada vez que penso nos nossos momentos juntos o sangue ferve na veia e uma vida se acaba lá embaixo.
Nossa! Nem vi o tempo passar, até a televisão esta aqui. É incrivel como se arriscam para poder fazer uma matéria. Não é nada pessoal, apenas não quero cameras aqui.
Cada disparo, cada puxada no gatilho, cada capsula que toca o chão é um humano que deixa de existir.
Minhas balas estão acbando, acho que só tenho mais 20, vou selecionar melhor meus alvos, que agora são apenas policias e paramedicos.
Parece que estão chegando policiais mais habilidosos, mas nunca vão me achar aqui e mesmo que me encontrem os 25 quilos de explosivo plastico que estão ao meu lado pode dar conta deles.
Vamos lá, parece que estão subindo no prédio, então que comece a contagem regressiva.
O policial gordo que não saiu de dentro do carro até agora, 20.
O reporter que atravessou a linha de segurança da policia, 19, a mulher curiosa olhando pela janela do 7º andar, 18.
Aqueles 3 homens que tentavam puxar um dos corpos pra dentro da loja de roupas, 17, 16, 15...
Eu queria que eles saissem de dentro das lojas, queria ver as expressões de panico nos seus rostos.
Meu Deus, uma garotinha saiu correndo de dentro de um carro. Ainda me restam 7 tiros.
A mira estava perfeita, mas acho que o vento me fez errar, as vezes acontece.
Ela é uma menina muito agil, 6, 5, 4, a contagem está terminando e eu não consigo ecerta-la...
Ah, finalmente ela parou, correu tanto apenas para pegar um gatinho, a numero 3 vai passar pelos dois com facilidade.
Não! Como eu pude errar um tiro assim? Talvez eu esteja mesmo ficando mole, depois de matar tantas pessoas insignificantes eu não pude atirar na minha prórpia filha. Deve ser porque ela tem seus olhos, olhos que eu nunca mais quero ver...
Parece que os policias chegaram aqui em cima, ainda bem que a musica já esta no fim.
Vou esperar que eles abram a porta para apertar o botão, vai parecer mais cinematografico, mas nesse filme o vilão leva a melhor.
Antes de levar metade desse predico comigo eu queria te falar mais uma coisa. Eu te dei a minha vida e não foi o suficiente pra você, então espero que na minha morte você encontre o que queria.
Adoro o cheiro da morte, me traz boas recordações..."

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